

Se há um “inimigo” comum a todas as empresas brasileiras é a dupla formada por carga tributária e burocracia. Juntas, impõem a necessidade de recorrer a uma estratégia tributária que seja capaz de evitar o pagamento de impostos a maior, minimizando perdas.
No entanto, o objetivo dessa estratégia não é apenas apagar incêndios. Com planejamento e muita informação, é possível aumentar a lucratividade, evitando impostos ou fazendo valer o recebimento de créditos fiscais, caso sua empresa faça jus.
O planejamento tributário é muito importante quando se planeja crescer ou mesmo para manter os negócios estáveis. Com a tecnologia, profissionais da área ganham um novo campo de atuação, já que passam a ser os guardiões da informação que faz toda a diferença na hora de tomar decisões impactantes.
Prossiga na leitura, saiba como elaborar um plano que coloque todo o conhecimento sobre tributação a favor de seu negócio e avance ainda mais!
Escolha o regime tributário criteriosamente
Para empresas que faturam menos de R$ 78 milhões ou que não estão obrigadas a apurar imposto pelo Lucro Arbitrado, é possível escolher o regime tributário antes de começar o exercício fiscal.
Em muitos casos, em especial PMEs com faturamento de até R$ 4,8 milhões, a opção pelo Simples Nacional aparenta ser inquestionável. Afinal, com tantas facilidades na hora de prestar contas, fica difícil resistir a esse regime, que tem uma versão ainda menos complicada, o Super Simples Nacional.
Contudo, nem sempre optar pelo Simples representa a escolha mais vantajosa. Uma desvantagem que nem sempre as empresas optantes percebem é que, nele, o imposto é pago com base no faturamento e não no lucro.
Isso significa que, mesmo se seu negócio fechar o balanço no vermelho, será tributado com as mesmas alíquotas praticadas caso registrasse lucro. Em negócios sujeitos a oscilações nos resultados em função de sazonalidades, esse é um risco iminente.
Além disso, em alguns regimes, como o Lucro Presumido, há a possibilidade de recebimento de créditos fiscais cumulativos, referentes ao pagamento de PIS/Cofins, IPI e ICMS.
São apenas alguns exemplos que servem para ilustrar que a escolha do regime fiscal não deve ser feita no automático. Antes de mais nada, essa é uma questão que deve compor a estratégia tributária em sua empresa, principalmente se ela for um escritório de contabilidade.
Utilize a tecnologia ao realizar a integração contábil
Um grande desafio em empresas, em especial nas da área contábil, é lidar com o volume colossal de documentos fiscais e dados recebidos de clientes para execução dos serviços e montagem de demonstrativos.
Consolidar essas informações em um único ambiente que facilite o acesso e garanta o repasse correto é, sem dúvidas, um objetivo a ser alcançado. Com tamanha carga, fica difícil confiar apenas na mão humana para dar conta de tantas tarefas, certo?
A solução passa, necessariamente, pela adoção de um software ou sistema de gestão fiscal/tributária que seja projetado, tendo em vista as necessidades de contadores ou de profissionais de finanças.
Com uma ferramenta que permita integrar os dados, os riscos de perda de prazos para envio de obrigações acessórias é mitigado. Da mesma forma, a conferência das informações contidas em notas fiscais e arquivos .XML pode ser automatizada, alinhando sua empresa às modernas práticas de contabilidade digital.
Em última análise, empresas que usam recursos modernos para cuidar dos seus negócios são mais eficientes, o que gera resultados superiores e mais prestígio perante o mercado. Use a tecnologia e transmita uma boa imagem para seus clientes!
Coloque em prática a elisão fiscal
Além da tecnologia e da escolha criteriosa do regime, sua empresa pode montar uma estratégia tributária lançando mão de um artifício totalmente amparado pela lei, a elisão fiscal.
Para o leigo, o termo pode remeter a algo proibido ou passível de punição, entretanto, essa é uma das estratégias mais indicadas para evitar o já citado pagamento de impostos a maior. Elidir impostos significa colocar sua empresa em uma condição mais favorável, em que ela deixa de arcar com o custo de um imposto ou tributo, o que não seria possível em condições “normais”.
Um exemplo de estratégia visando a elidir impostos é quando uma PJ muda de endereço, com o objetivo de aproveitar incentivos fiscais ou pagar impostos municipais, como o ISS, em alíquotas menores.
Embora a mudança de endereço represente um custo imediato, dependendo de quanto imposto se paga, em longo prazo, pode gerar economia considerável. Como essa, há muitas outras formas de praticar a elisão fiscal, que pode ser feita também aproveitando incentivos concedidos pelo governo ao explorar setores da economia em desenvolvimento.
No setor de exportação, por exemplo, o drawback/isenção é um estímulo concedido para quem exporta. Nesse caso, as matérias-primas adquiridas para fabricação de mercadorias exportadas não são tributadas, o que aumenta a competitividade do produto nacional.
Mapeie a estratégia tributária envolvendo a cadeia logística
A logística tributária é outra necessidade que a dinâmica de negócios brasileira impõe às empresas que operam em diversos estados. Se é o seu caso, você deve saber que o pagamento de ICMS-ST obedece a uma variação em termos de alíquotas e de mecanismos de substituição tributária que podem expor sua empresa ao erro.
Por isso, o ordenamento das operações de transporte deve ser periodicamente avaliado, de forma a alinhar rotas, transbordos e carregamentos para que sejam os menos custosos possíveis.
O posicionamento de uma central de distribuição já é, por si só, uma forma estratégica de estruturar a cadeia de suprimentos. Outra maneira de reduzir custos e de mitigar riscos é terceirizar serviços.
Às vezes, sai mais em conta contratar outras empresas para transportar mercadorias, considerando todos os custos com combustíveis, pedágios, mão de obra e manutenção de veículos. Não se pode deixar de observar que a malha rodoviária brasileira é uma das mais precárias do mundo, com apenas 12,3% de sua extensão pavimentada.
Como você pôde perceber, uma estratégia tributária pode envolver diversos setores em uma única empresa. O importante é que os canais de comunicação estejam sempre abertos, para que os objetivos de cada seção sejam convergentes em relação aos do negócio como um todo.
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